terça-feira, 13 de julho de 2010

O QUE RESTA DO TEMPO




Amanheceu, e ela continuava prostada na cama...
No corpo, as marcas suaves do amor da madrugada. O cheiro dele no corpo sem o banho do depois. Olhou com carinho aquele homem maduro, cabelos já grisalhos, marcas delicadas em um rosto, com um sorriso ainda de menino...
Ele dormia, sem roupa, por baixo do edredon. Ainda com restos de desejo, levantou levemente e ficou a observar o corpo amado.
Anos tinham se passado desde a data quando se conheceram. A paixão tão depressa, os receios tolos pela diferença de idade, as brigas por ciúmes, a falta de confiança por causa do jeito sedutor dela, até as fotos de biquíni ele odiava. Pelo seu lado, ela ficava insegura quanto ao passado dele. Alguns amores que deixaram marcas, e o ciúmes, idiota, do passado, presente e futuro dele.
Lembrou-se de um encontro depois de uma briga, das pazes feitas pelo telefone e do reencontro. De repente ele estava ali, na frente dela, com um sorriso aberto e uma vontade intensa de sentir o cheiro tão conhecido, que tanto prazer lhe dava. Um abraço, um longo beijo, e depois direto no pescoço pra sentir a alma desse amor.
O abraço deles tinha gosto de proteção. Porém, não o de uma proteção unicamente dele. Ao invés disso, era algo mútuo e compartilhado, o qual ambos dividiam.
O tempo deu confiança. Ela não mais temia os ex-amores dele. Ele não mais “morria”, quando um outro homem olhava para ela. Contudo, algo não mudará: o desejo.
Cada vez sentiam mais e mais. Mesmo nos momentos de grandes brigas, não conseguiam deixar de se tocar, e enfim, de se amar... Nesses momentos, ela dizia que não fazia amor com ele, mas, sim, sexo, e dos bons. Apesar da raiva, até das magoas, era incontrolável não se buscarem.
Ela bem sabia como ele se tornava menino. Em determinados momentos de intimidade, ele se entregava por completo aos prazeres loucos, e, assim, a relação deles era cada vez mais íntima. Uma vida onde não existia homem/mulher, mas, sim, dois seres que se buscam e se desejam feito bichos selvagens, ternos e amorosos, no relaxamento do depois do amor...
Das loucuras que ainda faziam, a vontade de conversar sem parar, os passeios de mãos dadas, a cabeça dele pousada no colo dela, daquele olhar que a despia toda, durante um jantar na casa de amigos, num convite imoral de ir para casa mais cedo, o acordar durante a madrugada querendo o corpo do outro.
A necessidade de se devorarem em chamas, encostados na paredes e vibrarem com os cheiros dos seus sexos, coisa de instinto primitivo e tão adorado por eles.
As noites inteiras e todas as fantasias tão íntimas que os dois viviam. Como seus corpos fossem, ainda, um porto seguro para os dois. . Seria isso normal, depois de todo esse tempo???
Pousou o edredon nos ombros dele, levantou da cama, foi ao espelho, se olhou atentamente, percebendo que esse amor lhe fazia bem.Que aqueles medos do passado foram provas a serem ultrapassadas, para poderem viver toda essa história.
Amor que superou a gênio furioso dele, o jeito dissimilado dela que tanto incomodava a ele, e que naquele momento eles podiam usufruir.
Talvez estivesse escrito na palma das mãos deles, ou quem sabe nas estrelas, só que eles tiveram a coragem de viver e enfrentar .
Quando existe um grande amor, ele sempre assusta, mas cabe aos loucos, corajosos e apaixonados viverem isso...

12 comentários:

soduran484@gmail.com disse...

Parabéns Nádia_amiga!

Nasceu Cais do Oriente com o rico texto q derrama sensualidade...
amor, romantismo e muita paixão!
É assim como tua pessoa,sensivel,afetiva,jovem e cordial.


bj'sOl_**

JORGE PEREIRA disse...

O seu jeito para o pormenor é fantastico.levanos numa viagem atraves do texto
Adorei

CAIS DO ORIENTE disse...

Linda sol!!
Obrigada pelo seu carinho,atenção e amor...
Bjs grandes

Lili disse...

Gostei demais...

Beti Timm disse...

É verdade Nádia, um grande amor vence quase tudo. Já amei muito na vida, um único grande amor, acabou, hj decido-me só pelas paixões, mas sei com certeza o que é um grande amor!
Belo e verdadeiro o teu texto!

Beijos aqui do frio do sul

Ki disse...

Muito bom o texto, parabéns!!!

JOSÉ C. RAMALHO disse...

... A mestria das palavras envoltas numa sensualidade profunda tansmitem o k de mais belo existe entre homem e mulher... parabéns á autora... voltarei em breve a este teu cantinho... (vim trazido por uma amiga comum, Solange e adorei)...Bjs...

Pedro disse...

Ola maninha... gostei da sua escrita que descreve promenor por promenor...detalhe por detalhe.

Já estou corioso para ler a sua proxima postagem.

Bjs

Unknown disse...

Querida Nádia, amei o texto, pois tudo o que fala de amor é verdadeiramente fantástico. Os amores quando correspondidos enchem a alma e o coração do mais puro e belo sentimento, o de querer estar cada vez mais perto.
Existem amores que infelizmente não resistem ao tempo e como num passe de mágica se vão, deixando o coração despedaçado, esses amores são os que resistem até após a morte.
Beijos...

Wolber Campos disse...

Olá Nádia!
Um blog novinho em folha, hein?! E que já começa com um bom texto. Realmente, relacionamento é um aprendizado. Quantas coisas vamos olhar pra trás, no futuro, e perceber que desperdiçamos energia à toa.
Mas isso é viver, aprendemos e amadurecemos.
Estou seguindo agora!

Um abraço!

CAIS DO ORIENTE disse...

AMIGOS QUERIDOS!!

Obrigada pelo carinho e elogios...
Vocês não imaginam que "parto" foi esse blog...
"Baixou" uma "adolescente insegura" e quase que "ele" não nasce...rsrsr
Bem,agora é tocar pra frente e colocar a meus sentimentos, também , por aqui...
Beijos ternos para todos
NÁDIA

Unknown disse...

Você é fantástica! Mesmo sem conhecê-la, já a admiro muito pela riquesa de conhecimentos e pela alegria e amor que transmite em suas palavras. Um grande beijo querida e seja sempre muito feliz.